Peritos do INSS também vão poder usar posts de redes sociais para cortar auxílios
Peritos vão poder investigar vida de quem recebe benefício por invalidez através de postagens nas redes sociais. Além de atestar a capacidade do segurado para o trabalho por meio da perícia, o médico do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que participar do pente-fino que o governo começará a fazer nos benefícios por incapacidade estará orientado a levantar informações do beneficiário divulgadas em redes sociais, como o Facebook.
Ontem, uma fonte ligada ao antigo Ministério da Previdência Social informou ao EXTRA que nem todos os segurados serão investigados. Mas, caso seja necessário entender a realidade de um trabalhador afastado por motivo de doença há mais de dois anos, o médico do instituto poderá investigar as informações divulgadas por ele na web.
De acordo com o diretor Sindical da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Luiz Carlos Argolo, por enquanto, não há nenhuma orientação oficial aos peritos para este tipo de procedimento:
— Desconhecemos a informação e, quando começarem as revisões, trabalharemos como sempre, fazendo avaliações médicas.
A ideia é começar o pente fino nos benefícios ainda este mês. O processo começará com o envio de cartas aos segurados afastados há mais de 24 meses, convocando-os a fazerem novas perícias.
Além de auxílios-doença, aposentadorias por invalidez serão incluídas na revisão, mas somente em 2017.
As reavaliações médicas serão feitas, principalmente, nos casos de benefícios liberados por via judicial porque, quando os trabalhadores ajuizam ações pedindo a concessão, os juízes obrigam o INSS a dar os auxílios, mas não determinam prazos para que sejam suspensos.
Assim, esses pagamentos entram na lista dos que são feitos por tempo indeterminado, sem que os beneficiários passem por perícias.
A Previdência Social tem, hoje, 840 mil auxílios-doença e três milhões de aposentadorias por invalidez pagas há mais de 24 meses.
No Rio, mais de dez mil segurados que tiveram auxílios-doença concedidos judicialmente, em 2013 e 2014, deverão ser convocados.
Fonte : Jornal Extra