Artigo: ESG jornada para um futuro sustentável – Correio Braziliense

Por Michelle Novaes



A Rio-92 (Conferência da ONU sediada no Rio de Janeiro) representou um marco nas discussões sobre a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. O encontro reuniu 178 países e desencadeou importantes desdobramentos diplomáticos, científicos e sociais, que consolidaram uma agenda internacional sobre os temas inerentes ao meio ambiente.

O desenvolvimento sustentável passou a ser compreendido não apenas sob o viés econômico, mas também social e ambiental. Mais de 30 anos depois, o acrônimo ESG, do inglês, environmental, social and governance, refere-se a uma grande tendência e uma necessária resposta de empresas e governos frente aos desafios da sociedade contemporânea.

ESG — que significa ambiental, social e governança — é um termo coletivo ou um conjunto de padrões usados para medir o impacto de um negócio em questões ambientais e sociais, bem como sua governança além de gerar receita ou obter lucro. Em poucas palavras, são iniciativas para que uma organização atue como guardiã responsável do meio ambiente, como uma boa cidadã corporativa e seja liderada por uma gestão responsável.

No entanto, escândalos de greenwashing, desastres ambientais e negação do risco climático por governos frequentemente são manchetes nos jornais e motivo para grandes embates políticos. Todas essas questões lançam uma sombra sobre o conceito ESG, apresentado como uma solução para ações corporativas.

No contexto brasileiro, a boa notícia é que 94% dos brasileiros esperam que as empresas façam algo relacionado ao ESG e acreditam que elas têm obrigação de se comprometer nesse sentido, de acordo com o recente estudo da consultoria Walk The Talk by La Maison. Foram ouvidas 4.421 pessoas, de 16 a 64 anos, das cinco regiões do Brasil e de todas as classes sociais.

Os consumidores querem empresas que estejam em direção ao carbono zero, com produtos ou serviços que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente, à saúde humana e à sociedade. O consumidor não aceita apenas o discurso de organizações que se denominam éticas, mas prioriza aquelas que, de fato, colocam a responsabilidade socioambiental em prática.

A mesma pressão também ocorre na esfera política. Na última eleição, pesquisas mostraram que priorizar a proteção da floresta amazônica e a promoção do desenvolvimento sustentável foram fatores decisivos na hora do voto.

Não há como enfrentar as violações ao meio ambiente e os problemas decorrentes do aquecimento global sem a atuação das empresas como agentes de impacto socioambiental. É preciso também assumir posições frente à desigualdade, à igualdade racial, de gênero e LGBTQIA , à democracia e à desinformação.

Empresas, governos e sociedade civil estão na linha de frente como os principais agentes de atuação rumo ao desenvolvimento sustentável do mundo. Os critérios ESG estão totalmente relacionados aos chamados ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), termo cunhado pela ONU para se referir aos 17 macrotemas que representam os desafios e vulnerabilidades que precisam ser endereçados por todos até 2030.

A atenção aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável possibilita às empresas a identificação das principais vulnerabilidades da sociedade. Assim, é possível que as empresas direcionem seus esforços e encontrem grandes oportunidades de promover impacto social por meio da aplicação de critérios e ações de ESG.

A agenda ESG é coletiva e oferece oportunidades para todos os setores se tornarem agentes de mudança. Afinal, a longo prazo, a transparência na governança corporativa, a preocupação ambiental e o grau de responsabilidade social de uma organização são fatores que determinam quão bem ela pode atender às diferentes necessidades do seu público-alvo.

Seja qual for o ponto de partida para a rota ESG, ela exigirá mudanças em todas as dimensões do negócio: na tomada de decisões estratégicas, implementação das novas ações, além de um relatório de resultados.

Por isso, estabelecer uma estratégia ESG é apenas o começo de uma jornada em direção a um futuro melhor para sua marca, seus stakeholders e o mundo. E nessa rota nenhum CEO estará sozinho.

Leia a publicação no Correio Braziliense, clicando aqui.

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