Iata teme cancelamento da cobrança de bagagem no Brasil

Iata teme cancelamento da cobrança de bagagem no Brasil

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A Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) aponta como uma das suas “preocupações” globais o risco de o governo no Brasil suspender a cobrança de bagagem pelas companhias aéreas, que foi adotada este ano. “Fizemos progressos no Brasil, onde a autoridade da aviação civil recentemente alinhou as leis sobre bagagem com os padrões internacionais, mas estamos preocupados de que esse importante passo pode ser revertido”, disse o diretor-geral e diretor-presidente da Iata, Alexandre de Juniac.

Para o vice-presidente para as Américas, Pedro Cerdá, “alguns representantes do governo brasileiro continuam a lutar contra esse tipo de melhores práticas globalmente aceitas”, prevendo “impacto financeiro” para as companhias se a medida for cancelada.

A entidade diz que continua insistindo junto à Anac que a prática agora adotada é o que ocorre no resto do mundo. Cerdá argumenta que a cobrança de bagagem acabou levando à “queda do preço das passagens” na América do Norte e Europa.

Lembrado de que no Brasil há informações de que teria ocorrido o contrário, o executivo argumentou que qualquer lei precisa de tempo para criar estímulos.

A Iata voltou a apontar o Brasil como um exemplo onde “regulação pouco ortodoxa bloqueou o crescimento da indústria da aviação e os benefícios econômicos e sociais que é capaz de produzir”.

Outro exemplo, conforme Cerdá, é a persistência no Brasil de uma política de combustível no setor de aviação que resulta em custo adicional US$ 600 milhões para as companhias aéreas e “tem impacto sobre os passageiros”.

Também reclama de regras “que punem as companhias a atrasos e cancelamentos mesmo quando não é culpa delas”. Cerdá diz que as aéreas não constituem uma “indústria de luxo”.

Ele observa que cerca de cem milhões de brasileiros, a metade da população, não viajam de avião também por causa de políticas que causam dificuldades para o setor.

Apesar de as companhias aéreas brasileiras estarem se recuperando no Brasil, depois dos abalos com a recessão no país, Cerdá alerta sobre a persistência da instabilidade política. “Enquanto os transportadores brasileiros têm registrado fortes margens operacionais, a instabilidade política continua a trazer incertezas num país onde o governo já tem mão pesada e abordagem desigual na regulação e cujas políticas inflaram o preço do combustível”, afirmou o vice-presidente regional da Iata.

Para o executivo, é por causa disso que companhias de baixa custo continuam a evitar o Brasil, enquanto começa a chegar na Argentina com a liberalização no setor. México, Colômbia e Chile também são países com baixo custo.

A América Latina como um todo é a região mais cara em termos de taxas para os passageiros, atrapalhando o desenvolvimento da indústria da aviação, segundo a entidade global.

Fonte : Valor Econômico

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