Volta de trocador de ônibus gera tumulto na Câmara dos Vereadores

Volta de trocador de ônibus gera tumulto na Câmara dos Vereadores

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Terminou em tumulto, ontem, uma sessão da Câmara dos Vereadores do Rio que discutia um projeto que já tramita há dez anos para que todos os ônibus da cidade voltem a contar com trocadores (exceto os dos BRTs, em que o sistema de pagamento é automatizado).

Rodoviários que lotavam as galerias para pressionar pela aprovação da proposta ficaram revoltados quando ela saiu de pauta após receber uma emenda.

Os manifestantes começaram a xingar os vereadores e a atirar bolas de papel na direção ao plenário.

Enquanto o presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), encerrava a sessão, o vereador Marcelo Simão (PHS) deixou o plenário para discutir com os rodoviários e teve que ser contido por colegas.

Em meio à confusão, a Polícia Militar foi chamada para reforçar a segurança, e parte dos vereadores se refugiou na sala da presidência da Câmara.

O retorno dos trocadores, que estão desaparecendo do mercado rodoviário carioca, tem o apoio do prefeito Marcelo Crivella. Ontem, ele disse que a aprovação da lei era importante para garantir a segurança do sistema, na medida em que os motoristas deixariam de receber dinheiro e ficariam atentos ao trânsito :
— É importante também para gerar empregos. Temos 350 mil desempregados na cidade.

O vice-prefeito e secretário municipal de Transportes, Fernando Mac Dowell, esteve na sessão e acompanhou parte dos debates. Ele também disse ser a favor do projeto, mas admitiu que, se a volta dos trocadores fosse exigida por lei, a tarifa dos ônibus poderia sofrer um impacto de 4%.

Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião Júnior, o setor já empregou 16 mil trocadores. Hoje, são três mil profissionais
— O sistema foi modernizado com a bilhetagem eletrônica. Mesmo assim, ainda é muito comum o pagamento em dinheiro. Com a lei, haveria espaço para dobrar o número de trocadores — estimou Sebastião Júnior.

Em nota, o Rio Ônibus afirmou que há jurisprudência no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade de o motorista exercer as funções do trocador. A entidade disse que a proposta representa um “retrocesso” para o sistema rodoviário.

Autor do substitutivo que tirou o projeto de pauta e irritou os rodoviárias, Leandro Lyra (Novo) argumentou que sua proposta não visa eliminar a figura do trocador, mas estimular o uso do Riocard :
— Minha proposta prevê a manutenção dos dois modelos. Mas a tarifa com bilhetagem eletrônica seria mais barata para estimular os passageiros a usarem o cartão. A automação torna o transporte mais ágil.

Fonte : O Globo

 

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