Prefeitura e Previ-Rio estudam taxar em 11 % aposentados e pensionistas

Prefeitura e Previ-Rio estudam taxar em 11 % aposentados e pensionistas

aposentados

 

A crise que assola o estado e afeta os servidores parece ter batido à porta da Prefeitura do Rio de Janeiro.

E na esfera municipal, ao que tudo indica, serão os aposentados e pensionistas os primeiros prejudicados.

Ontem, durante sua posse, o presidente do Previ-Rio, Luiz Alfredo Salomão, admitiu a possibilidade de taxar os salários dos inativos do município.

O que está em estudo, segundo ele, é uma contribuição de 11% para quem recebe pensão e aposentadoria acima do teto do Regime Geral de Previdência Social, hoje de R$5.531,31.

Segundo fontes, isso alcançaria 15% do total de 80 mil beneficiários do município, ou seja, cerca de 12 mil pessoas.

Se a ideia avançar, a taxação será da seguinte forma : a alíquota de 11% incidirá sobre a diferença entre o limite de R$ 5.531,31 e o valor do benefício que o aposentado ou pensionista recebe.

Por exemplo, o servidor inativo que tem benefício de R$ 6 mil terá que contribuir com 11% em cima de R$ 468,69 (que é a diferença entre os dois valores).

Segundo Salomão, que é ex-deputado federal, a medida é necessária para cobrir o rombo do fundo e segue o que “emendas constitucionais” determinam. Ele avalia um “déficit operacional” (de caixa para este ano) entre R$2,6 bilhões e R$ 3 bilhões e atuarial de R$ 8 bilhões.

“Poderia ser cobrada contribuição previdenciária dos inativos e pensionistas, que a Constituição manda fazer, mas que os prefeitos anteriores (César Maia e Eduardo Paes), para serem bonzinhos, não cobraram e se recusaram a fazer”, declarou ele, em referência às Emendas Constitucionais 40 e 41, de 2003.

A cobrança dos aposentados e pensionistas geraria, de acordo com o novo presidente do Previ-Rio, receita anual para o fundo de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões.

O prefeito Marcelo Crivella também deixou claro que apoiará as decisões de Salomão para aumentar a arrecadação do fundo.

“Em nenhuma hipótese está descartada (a cobrança da contribuição de inativos). Vamos fazer tudo o que for necessário para garantir pensões e aposentadorias”, declarou Marcelo Crivella, sem adiantar quando a medida entrará em vigor. “Vamos estudar. Ele assumiu hoje, colocamos em estudo. A situação é muito grave e nós vamos precisar tomar medidas para isso”, complementou.

Em seu discurso de posse, em 1º de janeiro, Marcelo Crivella disse que a taxação de inativos já havia sido recomendada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) e Procuradoria-Geral do Município (PGM). O prefeito, no entanto, negou que tivesse a intenção de adotar a medida. Ele afirmou que trabalharia para capitalizar o fundo — ou seja, aumentar a receita — revendo, por exemplo, valores de aluguéis de imóveis do município.

O diretor jurídico do Sindicato dos Servidores Públicos do Município do Rio (Sisep), Frederico Sanches, disse que a medida está em desacordo com a campanha eleitoral de Marcelo Crivella.

“Ele afirmava que não iria taxar inativos. Passados dois meses, em meio a uma desorganização de sua gestão, ele considera a medida sem explicar as questões concernentes a isso”, criticou Sanches, que poderá questionar na Justiça. Ele lembra também que o TRF concedeu em 2004 liminar, a pedido da prefeitura, autorizando o município a não taxar inativos.

Fonte : O Dia

 

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