Planejamento é a palavra de ordem para colocar as contas em dia

Planejamento é a palavra de ordem para colocar as contas em dia

contasparapagar1

 

Não seria absurdo afirmar que dez entre dez brasileiros gostariam de entrar o Ano Novo no azul, com um dinheirinho no bolso, sem aperto para pagar “as de sempre” do início do ano, como IPVA, IPTU, material escolar, e quitar os resíduos das compras de fim de ano.

Sonho ? Não, não é. Mesmo com indicadores desanimadores — como por exemplo a taxa de desemprego a 11,9%, segundo o IBGE, e juros do rotativo do cartão de crédito em 475% ao ano, o que, segundo o Banco Central, é um dos principais fatores do endividamento das famílias — especialistas apontam que dá para organizar as finanças e ter um ano menos “puxado”.

O DIA listou 10 passos para evitar cair na roubada de passar o Réveillon no vermelho.

Planejamento é a palavra de ordem, segundo o especialista em Finanças, Alexandre Prado. “É preciso fazer um cruzamento de dados entre o que recebe e as contas a pagar, inclusive as rotineiras, como água, luz, aluguel”, orienta. Já Cláudio Carneiro, advogado especialista em Direito Tributário e Financeiro, presidente da OAB/Barra, alerta para os gastos com o período de festas. “A empolgação de final de ano pode trazer consigo armadilhas perigosas, pois é normalmente nesse período que ocorre o endividamento”, afirma.

Fugir do endividamento e reorganizar as contas é o que pretende fazer a relações públicas Monique Vianna, de 29 anos, moradora da Penha. “Tenho diversas dívidas como prestação do carro em aberto, cartão de crédito, empréstimo. Mas para não entrar 2017 ainda mais endividada, cortei várias despesas supérfluas como roupa nova, salão de beleza, comer em restaurantes, presentes”, diz Monique. Ela conta que pretende quitar as contas de juros mais altos para tentar aliviar o bolso. “Quero ter um ano com menos gastos”, diz.

Dicas de como organizar as finanças :

1 – Sempre que for possível, pagar à vista : Nenhuma aplicação financeira rende mais do que o juro cobrado em financiamentos. De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) o juro cobrado pelo comércio está em 5,82% e 98,95% (ano). “O melhor a fazer é evitar parcelamentos”, diz Alexandre Prado.

2 – Não usar o limite do cheque especial e do cartão de crédito como se fosse parte do salário : Esse é um dos erros mais comuns de quem cai no endividamento descontrolado. A fatura do cartão de crédito tem que ser paga na data e não rolada. A pesquisa de juros da Anefac mostra que as taxas do cartão de crédito e do cheque especial são as mais caras do crédito pessoal, com juros anuais de respectivamente 459,53% e 313%.

3 – Negociar para ter a menor taxa de juro possível : Dinheiro é mercadoria e o juro é o preço que as pessoas pagam por ele em empréstimos ou financiamentos. Seja nos bancos, nas financeiras ou mesmo no comércio, todos têm margem para reduzir seu ganho com o juro. Isso vale tanto para as taxas cobradas no cheque especial como nos empréstimos pessoais. “Assim como se negocia o preço de um bem qualquer, o “preço” do dinheiro também deve ser negociado, afirma Prado.

4 – Buscar sempre linhas de crédito mais baratas : Os bancos são concorrentes e em tempos de queda de juro, vale a pena pesquisar a melhor taxa no cheque especial e dos empréstimos pessoais. A pesquisa de juros da Anefac aponta que o juro médio do cheque especial está em 11,83% ao mês, cerca de 313,63% ao ano. Já o empréstimo pessoal em bancos está em 4,61%, a 71,94% ao ano. E a mesma modalidade em financeiras ficou em 8,37%, a 161,79% ao ano. No CDC a taxa está em 2,33%, sendo ao ano 31,68%.

5 – Criar um limite para o endividamento : Os especialistas se dividem entre 20% e 30% da renda como sendo o limite de endividamento máximo recomendado. O ideal, segundo eles, é colocar no papel, numa espécie de planilha, qual é a receita e quais são os gastos fixos mensais. Sempre que for comprar algo de valor, dizem eles, é preciso avaliar se aquele gasto é mesmo necessário e não vai comprometer o orçamento.

6 – Evitar compras por impulso : quando for comprar algo reflita sobre seu comportamento. O que te leva a comprar ? Impaciência, insegurança, ansiedade ? Habitue-se a novos comportamentos que sejam úteis e favoráveis também ao seu bolso. Procure manter-se calmo, desenvolva sua autoconfiança e segurança e não desconte nas compras sua ansiedade, mas sim procure suas causas e cuide delas. Outra dica, segundo Alexandre Prado, é comprar coletivamente e pedir desconto.

7 – Ter uma reserva financeira : A recomendação dos especialistas é que as pessoas tenham sempre uma reserva financeira para despesas inesperadas ou para o caso de perda do emprego, por exemplo. Assim, evita-se o cheque especial ou o cartão de crédito. Esse caixa vale também para quitar os compromissos e gastos extras do início do ano, como IPTU, IPVA, por exemplo, que oferecem descontos para quem paga à vista. Isso evita começar o ano com dívidas ou inadimplente. Carneiro alerta que é preciso tomar cuidado com a ausência de pagamento desses impostos, pois nesses casos os veículos e o próprio imóvel podem ser penhorados, inclusive os considerados como bem de família.

8 – Buscar orientação financeira : Em diversos sites de corretoras, nos jornais, em cursos ou mesmo com consultores independentes, a orientação financeira para evitar endividamento exagerado está muito mais acessível.

9 – Renegociar dívidas : Para quem está no vermelho, uma recomendação é trocar dívida mais cara por outra mais barata. Dívidas caras são o cheque especial, cartão de crédito, que têm juros mais altos (11,83% e 15,13% ao mês, respectivamente). Uma opção é fazer empréstimo consignado em folha de pagamento ou pegar um crédito direto ao consumidor, que tem taxas mais baixas.

10 – Evitar o ciclo do endividamento : especialistas afirmam que esse ciclo começa com falta de educação financeira, acesso fácil ao crédito e falta de planejamento. O que leva ao consumo exagerado.

Fonte : O Dia

 

Postagens recentes:

Siga-nos:

Assine a nossa newsletter

Clique no botão editar para alterar este texto.