O desafio de conseguir o seguro-desemprego no Brasil

O desafio de conseguir o seguro-desemprego no Brasil

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Trabalhadores que foram demitidos estão encontrando dificuldades pra conseguir o seguro-desemprego no Brasil.

Nem tudo é o que parece. O posto do Ministério do Trabalho em São Paulo está vazio. Mas se você quer tratar do seguro-desemprego, pode dar meia volta. Atendimento só com hora marcada, pela internet ou pelo telefone.

Seu Elton não esperou. Em São Paulo só tinha horário para dar entrada no benefício em setembro. Então ele cruzou o estado até o posto de Presidente Prudente, onde havia uma vaga. Uma viagem de mais de 500 quilômetros.

“É ruim. Maior trabalho você vir lá de São Paulo aqui. Vamos ver o que vai resolver”, disse Elton Coelho.

Danilo também vai viajar. Mas é para saber por que não conseguiu liberar o seguro. Desempregado desde maio, ele só conseguiu agendar o recurso para julho e em Piracicaba.

“Não arrumei emprego, estou procurando, então tenho que ir até Piracicaba. Meu irmão vai me dar uma carona até lá, e vou lá”, contou Danilo Duarte.

A gente não consegue ver o tamanho da fila para entrar com um recurso para liberar o seguro-desemprego negado porque ela é virtual. Só dá para agendar horário pela internet. Mas essa espera pode levar meses. No principal posto de atendimento de São Paulo, só tem horário para novembro.

Segundo o Ministério do Trabalho, o número de pedidos tem aumentado por causa do cruzamento de dados da Receita, Caixa e FGTS, onde segurados apareceram, por exemplo, como pessoa jurídica ou com dados imprecisos.

De janeiro a junho, mais de 487 mil pessoas entraram com recurso. Mais de 300 mil já conseguiram a liberação. Outras 186 mil tiveram os pedidos indeferidos ou ainda estão em análise.

Nesse grupo está o Aguinaldo, que saiu de Dão Paulo para apresentar o recurso em Cotia, na Região Metropolitana. Já faz mais de três meses e até agora não teve resposta.

“Atualmente ele não é mais seguro-desemprego. Falo que é seguro-desespero; me ajudaria muito principalmente nas dívidas mais prioritárias, para a gente pagar as despesas da família. E o pior de tudo é não ter resposta”, disse Aguinaldo Gutierrez.

O Ministério do Trabalho afirma que o tempo médio pra análise dos recursos é de 28 dias. Bem menos do que a gente viu na reportagem.

Fonte : Jornal Nacional – Rede Globo de Televisão

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