Governo não obtém urgência para reforma trabalhista

Governo não obtém urgência para reforma trabalhista

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O governo sofreu ontem uma derrota importante e não conseguiu aprovar um requerimento de urgência no plenário da Câmara para acelerar a votação da reforma trabalhista.

Eram necessários 257 votos favoráveis, mas só foram registrados 230.

O objetivo era aprovar a urgência para conseguir votar o projeto na comissão especial até amanhã e analisá-lo em plenário na semana que vem.

Sem a urgência, no entanto, a proposta tem de esperar cinco sessões — um prazo para emendas e vistas — para ser votada na comissão especial.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou costurar um acordo com a oposição para permitir que a urgência fosse votada.

O argumento dos deputados era que, com a urgência, o projeto não poderia sofrer emendas e passaria da maneira como havia sido enviado pelo relator.

Rodigo Maia sugeriu, então, abrir a possibilidade de emendas até as 17h de hoje. Mas não teve sucesso.

Após a votação, Rodrigo Maia ressaltou que o quórum havia sido baixo e que, a qualquer momento, outro líder pode apresentar novamente o mesmo requerimento de urgência :
— A votação ocorreu com quórum baixo e eu encerrei a votação no momento errado. Se for apresentado outro requerimento, pode ser votado a qualquer momento.
A base do governo já se articula para apresentar um novo requerimento de urgência hoje.

Com a derrota na Câmara, o presidente Michel Temer se reuniu, ontem à noite, com o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, para definir a estratégia de atuação nos próximos dias. Imbassahy deve conversar com os líderes do governo na Câmara ainda hoje e tentar votar novamente o requerimento de urgência. Segundo assessores do presidente, Michel Temer quer superar a questão o mais rapidamente possível.
— É sempre ruim (o resultado), mas é superável. Amanhã é outro dia — afirmou um interlocutor do governo.

No Palácio do Planalto, a avaliação é que havia número suficiente de deputados da base na Casa, mas que a votação teria sido muito rápida — cerca de 16 minutos — o que, alegam, pode ter inviabilizado a chegada dos parlamentares ao plenário.

Na reunião de ontem, Temer e Imbassahy identificaram as bancadas infiéis da base, sendo os casos mais flagrantes os votos contrários vindos do PSB e do PPS, partido do relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (BA).
— Vai ter “DR” amanhã — afirmou um assessor do Planalto, usando a metáfora de “discutir a relação” entre casais.

Apesar da preocupação, o governo minimizou a derrota em plenário e acredita que isso não atrapalhará a reforma da Previdência. Interlocutores admitem, no entanto, que é preciso mais conversas com os deputados da base :
— Depois do café da manhã (com a base, sobre a Previdência), acho que faltou almoço e jantar para continuar alimentando o pessoal — brincou uma pessoa próxima ao presidente.

Durante a sessão, a mesa da presidência foi tomada por deputados do PSOL, com cartazes em protesto às denúncias envolvendo vários parlamentares nas delações da Odebrecht.

Fonte : O Globo

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