Falta de pagamento de servidores do Estado derruba vendas da Saara

Falta de pagamento de servidores do Estado derruba vendas da Saara

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A crise no governo do Estado do Rio de Janeiro — que deixou servidores, aposentados e pensionistas sem salários nem décimo terceiro salário — atingiu em cheio o comércio popular da Saara.

Nem mesmo as promoções conseguem atrair esses consumidores, apontam vendedores e gerentes.

— O servidor público está recebendo os salários divididos e não tem nem como se organizar para pagar as contas. Imagina se vai ter dinheiro para comprar lembranças — afirma Luis Blumberg, sócio da rede de camisetas Dimona e vice presidente do Polo Saara (associação comercial da Saara).

Os clientes do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e do Detran-RJ, que ficam bem ao lado da Saara, são os mais lembrados por vendedores e gerentes.

Na tradicional Casa Lealtex, muitos clientes antigos não apareceram neste Natal.

— Este foi o pior Natal que vi aqui. As vendas ficaram abaixo do que se esperava. As bancas e prateleiras nem ficam desarrumadas. Fico triste com isso. Temos muitos clientes que são servidores e, com a crise, eles não vieram nesse Natal — conta o auxiliar de gerente da Casa Lealtex Afrânio Alves de Souza, de 61 anos, que trabalha há 25 anos na Saara.

Ontem, as ruas da Saara estavam vazias, e os consumidores circulavam com tranquilidade.

— O movimento está fraco. Antes, era preciso colocar correntes na loja para organizar os clientes e hoje nem fila tem. Posso dizer que dezembro foi um mês como outro qualquer — diz Rafaela Fernandes dos Santos, caixa da loja de roupas masculinas Hela.

Muitas bancas e vitrines já ofereciam liquidações. Na Dimona, as regatas para o Ano Novo, que custavam R$ 15,90 no ano passado, agora estão R$ 13,90.

Em outra loja, os itens de Natal já eram vendidos no varejo pelo preço de atacado.

O atraso no pagamentos dos servidores públicos do Estado do Rio também foi sentido nos shoppings. Na rede Ancar Inavnhoe, que inclui endereços como Nova América e Botafogo Praia Shopping, o movimento só engrenou a partir de quarta-feira.

— Além do hábito do brasileiro de deixar tudo para a última hora, a situação peculiar do Rio contribuiu para um aumento do fluxo de clientes no fim da semana. Os problemas que afetam o funcionalismo influenciaram. E quem vinha aguardando o pagamento de salário deixou para a reta final — afirma Diego Marcondes, gerente nacional de Marketing da Ancar.

Fonte : O Globo

 

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